O Repositório Institucional UNESP tem como objetivo armazenar, preservar, divulgar e permitir o acesso aberto a documentos científicos, acadêmicos, artísticos, técnicos, bem como dados e plano de gestão produzidos por pesquisadores e estudantes da UNESP.
Autoarquivamento:
Artigos preprints, posprints ou publicados (Tutorial)
Capítulos de livros (Tutorial)
Dados de pesquisa (Tutorial)
Plano de gestão de dados (Tutorial)
Trabalho de Conclusão de Curso (Tutorial)
Teses e Dissertações (Tutorial)
Outros materiais
O Acesso Aberto envolve a disponibilização da produção intelectual online, sem custos, podendo ter algumas restrições com relação à utilização dessa produção. Possibilita maior visibilidade do trabalho dos autores, aumenta a acessibilidade dos leitores, ampliando o impacto da universidade e de sua produção intelectual sobre a sociedade.
No presente século, apesar de a informação impressa estar longe de sua extinção, o mundo virtual domina o planeta oferecendo informações acessíveis com maior facilidade e comodidade. O armazenamento da informação em meio digital tem crescido de maneira assombrosa, facilitando o acesso e colocando livros, obras e documentos à consulta remota e ao alcance de buscadores on-line.
A digitalização é um processo mediado pela tecnologia capaz de transformar um documento físico em um documento virtual que é constituído por dígitos binários, e por isso, recebe a denominação de digital, informático ou eletrônico, neste processo uma fotografia eletrônica (captura eletrônica) é feita por um scanner ou máquina fotográfica diretamente a partir do documento e é armazenada digitalmente num sistema computacional.
A digitalização deve ser vista como forma de preservação do material e não como meio de descarte dos originais, como mostra Nardino e Caregnato (2005, p. 383): Pretende-se, desta forma, contribuir para uma reflexão acerca da fragilidade da informação registrada em papel e da responsabilidade do bibliotecário em manter vivos esses registros. É importante destacar que a questão do documento eletrônico é aqui colocada como um novo suporte para o registro de informações, que surge não para substituir o livro impresso, mas para complementá-lo em suas limitações (GREENHALGH, 2011, p. 161, apud SANTANA, p. 25).
Portanto, pode-se considerar como a maior vantagem da digitalização que talvez supere a maioria de suas desvantagens, a preservação dos originais, pois a biblioteca poderá criar políticas de restrição de acesso aos originais mais rigorosas para prevenir e evitar desgastes na obra, visto que a mesma encontra-se digitalizada e disponível para todos.
Digitalização de Microfilmes
Diferente da microfilmagem, a digitalização de microfilmes não tem a finalidade de preservação do original, mas cumpre o papel de preservação na medida em que evita excessiva manipulação dos originais. Ela não substitui a cópia original, ela passa a ser um novo mecanismo de acesso ao conteúdo informacional.
Vantagens da digitalização de microfilmes:
Melhor gerenciamento das informações;
Facilidade no acesso aos documentos (microfilmes são de difícil manuseio);
Possibilidade de compartilhamento dos documentos por e-mail, Internet, Intranet, etc;
Maior portabilidade dos documentos digitalizados (ex.: pendrive, DVD’s);
Agilidade na localização de um documento específico;
Preservação das informações em mídia digital (backup).
O microfilme é a forma de armazenamento mais confiável para a preservação de documentos críticos, sendo praticamente inalterável, portanto, à prova de adulterações e fraudes, possuindo em muitos casos o mesmo valor jurídico de um documento original.
Quanto ao custo, o microfilme é uma forma de armazenamento barata, custando menos do que o armazenamento em papel, graças à sua capacidade de miniaturização de até 50 vezes (98%).
Documentos em microfilme, desde que manuseados corretamente, e armazenados com controle correto de umidade e temperatura, possuem uma estimativa de vida útil de cerca de 500 anos.
A Microfilmagem é um processo criado na Inglaterra em 1839, tendo sido amplamente utilizado para fins militares durante as Guerras. Quanto ao uso da microfilmagem para fins administrativos e corporativos, foi mais amplamente utilizado a partir de 1900; em 1920 a Eastman Kodak iniciou a produção em série das microfilmadoras, popularizando assim o seu uso.
Os microfilmes podem se apresentar de três formas:
Microfilmes em rolos (roll film) de bitola 16 ou 35 mm, sendo 16mm utilizado para armazenar contratos, documentos gerais de escritório formato Ofício ou A4. A bitola 35mm é mais utilizada para o armazenamento de documentos de formatos maiores, como documentos de Engenharia, mapas, plantas, jornais, etc.
Microfichas (microfiches), que podem ser do tipo COM (Computer Output to Microfilm), que geralmente armazenam documentos financeiros, contábeis e extratos bancários, ou jaquetas (jackets), que armazenam documentação de RH, prontuários, etc.
Cartões janela (aperture cards), geralmente armazenam uma planta de Engenharia, desenho mecânico ou desenhos em grandes formatos.
Referências: SANTANA, Luiza Martins de. Digitalização de obras raras no Senado Federal. 2013. 47 f., il. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/6104. Acesso em: 26 Abr. 2023
O surgimento das bibliotecas digitais está ligado ao avanço da tecnologia e ao uso cada vez maior da internet. No entanto, embora pareça uma ferramenta atual, ela já é utilizada há mais de 50 anos. A primeira biblioteca digital do mundo tomou forma em 1971, com Michael Hart, que teve a ideia de criar o Projeto Gutemberg, uma espécie de Biblioteca de Alexandria da era digital. O objetivo do projeto é digitalizar, arquivar e distribuir obras cultuais por meio da digitalização. Em 2006, ela contava com mais de 20 mil livros.
No final do século XX, as bibliotecas digitais se popularizaram ainda mais, passando a ser adotadas também por instituições de educação superior, como as universidades de Harvard e Yale. Mas foi no século XXI que elas ganharam uma força ainda maior.
A criação e a popularização dos leitores digitais contribuiu muito para a expansão desse mercado. Uma vez que mais pessoas tinham acesso a ferramentas de leitura que comportavam textos digitais, tornou-se mais fácil disponibilizar esses recursos aos alunos das IES. Assim, elas se tornaram ferramentas cada vez melhores e mais úteis.
Diferença de Biblioteca Digital e Virtual:
Embora tenham nomes muito parecidos, as bibliotecas digitais não são idênticas às bibliotecas virtuais. Essa é uma confusão comum, mas sua diferença reside em uma característica muito simples: enquanto as bibliotecas digitais existem também fisicamente, as bibliotecas virtuais existem somente em computadores.
Assim, uma Biblioteca Digital é responsável pela digitalização de livros que podem ser acessados também ao vivo, em um espaço real. A biblioteca virtual, por sua vez, pode servir apenas como um espaço online que dá acesso a outras bibliotecas. Essas podem ou não ser digitais, ou seja, podem ou não disponibilizar materiais digitalizados. Por isso as bibliotecas digitais são tão importantes. Afinal, elas são uma ferramenta facilitadora para os alunos, a instituição e os profissionais que nela atuam.
A Biblioteca Nacional Digital (BND) tem como objetivo oferecer o acesso em linha, universal e gratuito, a conteúdos digitalizados de manuscritos e impressos – sejam livros, publicações periódicas, iconografia, cartografia ou música – das coleções da BNP, da Biblioteca Pública de Évora e, também, pontualmente, da Biblioteca da Ajuda.
Assim, os conteúdos disponibilizados na BND são, maioritariamente, obras do domínio público, isto é, sobre as quais já não recaem direitos de autor e que, por isso, podem ser livremente utilizadas para quaisquer fins, sem necessidade de autorizações. Adicionalmente, a BND pode incluir conteúdos ainda protegidos por direito de autor, estando estes casos devidamente assinalados como tal e disponíveis apenas na rede interna da BNP..
O acesso aos conteúdos da BND pode fazer-se mediante pesquisa no Catálogo Online da BNP ou por navegação nas diferentes coleções, por tipo de documento ou por temas, e nos índices de título, autor ou data de publicação. Na consulta dos objetos digitais, a BND oferece uma série de funcionalidades como selecionar entre vários formatos, fazer download, enviar por email, navegar no sumário ou fazer pesquisa por palavra num documento com reconhecimento ótico de caracteres, etc.
A BND promove e participa na difusão internacional de conteúdos digitais de bibliotecas portuguesas, através do RNOD – Registo Nacional de Objetos Digitais, que agrega metadados de mais de 40 instituições e os difunde para portais internacionais como a Europeana, a Biblioteca Digital do Património Ibero-americano, a Biblioteca Digital Luso-Brasileira, ou a Biblioteca Digital Mundial.
Todos os metadados da BND, tal como do RNOD, são disponibilizados como conjuntos de dados abertos, em vários formatos (RDFXML, JSON e TURTLE), disponíveis através do portal OPENDATA.bnportugal.pt, o que permite a sua reutilização livre.
Biblioteca Gallica - Biblioteca Digital da Biblioteca Nacional da França
Gallica é a biblioteca digital da Biblioteca Nacional da França e de seus parceiros. Online desde 1997, é enriquecida a cada semana com milhares de novos recursos e hoje oferece acesso a milhões de documentos, com o objetivo de oferecer aos leitores, um conjunto de documentos livres de direitos autorais.
A Biblioteca Nacional da França oferece o aplicativo Gallica para iOS e Android, que pode ser baixado gratuitamente na App Store e no Google Play. O aplicativo fornece acesso aos documentos que podem ser consultados na biblioteca digital e permite realizar pesquisas em todas as coleções digitais. Cada documento pode ser baixado no todo ou em parte e, além disto, o usuário pode criar e enriquecer facilmente sua própria biblioteca.
A Gallica oferece um produto diário chamado "Notícias do dia há 100 anos atrás" em Francês. Possui em seu acervo, 4.253.390 Números de imprensa e revistas, 1.480.376 Imagens, 51.714 Partitura, 176.668 Postais, 1.705 Vídeos, 147.848 Manuscritos, 505.153 Objetos, 51.203 Gravações de som e 698.290 Livros.
No projeto inicial de um "novo tipo de biblioteca" proposto por François Mitterrand em 1988, as tecnologias multimídia estão em destaque. Vislumbra-se então um projeto de biblioteca virtual, acessível a partir das salas de leitura da Biblioteca: o objetivo é oferecer aos leitores, em postos de leitura assistida por computador, um conjunto de documentos livres de direitos e sob direitos que constituem a “biblioteca virtual do homem honesto”. (uma volumetria de 100.000 títulos e 300.000 imagens foi planejada para a abertura ao público do site François-Mitterrand).
O surgimento paralelo da Web e sua rápida democratização em meados da década de 1990 mudou o projeto inicial: a biblioteca digital da BnF, online na Web, seria acessível a todos, em qualquer lugar. A possibilidade de colocar online as coleções digitalizadas obriga a repensar o corpus documental em causa em termos de condicionalismos legais: apenas estarão disponíveis na biblioteca digital obras isentas de royalties (mais de um terço das seleções documentais previstas são assim retiradas do projeto, porque sob direitos).
No final de 1997, Gallica abriu suas portas ao público virtual da web. Em seguida, oferece acesso a alguns milhares de textos acessíveis apenas no modo de imagem. Nos anos que se seguiram, a digitalização de documentos continuou a colocar em linha documentos representativos do património nacional bem como documentos integrados em projetos documentais pontuais; levar em conta outras mídias além do livro é feito gradualmente.
Em 2000, uma nova versão do Gallica foi lançada: imagens e documentos em modo texto agora também estão disponíveis lá. Gradualmente, vários arquivos temáticos são adicionados, oferecendo rotas estruturadas dentro das coleções digitalizadas (cartográfico, acesso cronológico, listas temáticas), como os arquivos Utopia (2000), Voyages en France (2001), Voyages en Afrique (2002), etc.
No âmbito dos programas de cooperação digital (ciências jurídicas, história da arte, guerra de 1914-1918, publicações de sociedades eruditas e academias, etc.), o mercado de digitalização de impressos da BnF acolhe diversos documentos além dos mantidos em coleções externas: atualmente , dos 70.000 impressos digitalizados anualmente pela BnF, um terço provém de cerca de cinquenta bibliotecas parceiras. O mercado de digitalização especializada de documentos permite também o processamento de acervos externos (programas concertados de digitalização de manuscritos, portulans), em volumes obviamente mais modestos. Esses documentos, uma vez digitalizados e fornecidos com uma declaração de origem, estão disponíveis online no Gallica.
Os documentos digitalizados pelos parceiros podem beneficiar dos meios de divulgação e valorização desenvolvidos pela BnF, quer pela recolha dos metadados dos ficheiros digitais, quer pela integração dos ficheiros digitais. Se o parceiro tiver uma biblioteca digital (bibliotecas parceiras), os metadados do documento podem ser indexados pelo BnF e referenciados no Gallica. O internauta é encaminhado ao site dos parceiros para consultar esses documentos. Várias centenas de milhares de documentos de mais de 90 bibliotecas parceiras são assim referenciados no Gallica. Se o parceiro não tiver uma biblioteca digital, os arquivos digitais resultantes da digitalização de suas coleções patrimoniais podem ser integrados à Gallica, como os manuscritos de Rousseau digitalizados pela biblioteca da Assembleia Nacional e disponíveis para consulta na Gallica.
Área de cobertura: predominante nas disciplinas de História, Literatura, Ciência e Tecnologia;
Período de cobertura: varia entre a Antiguidade até a primeira metade do século XX, com uma forte presença de documentos publicados no século XIX. Possui documentos do século XXI também, porém nem todos estão disponíveis na íntegra;
Tipos de documentos: livros, Obras Raras, revistas, jornais, imagens (Plantes, fotos, gravuras), postais, manuscritos, vídeos, gravações de som, partituras.
Funcionalidades do Sistema e Recuperação da Informação:
Interface amigável;
Possui link ao texto completo;
Apresenta tutoriais de uso;
Pesquisa por categoria: tipos de documentos;
Oferece opção de salvar as pesquisas de forma personalizada;
Lançada em 2009 a Biblioteca Digital Mundial(World Digital Library) foi projetada pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e pela UNESCO, contando com a parceria de mais de trinta instituições espalhadas pelo mundo, sendo estas instituições:bibliotecas, arquivos, museus, instituições educacionais e organizações internacionais de todo o mundo. A WDL procurou preservar e compartilhar alguns dos objetos culturais mais importantes do mundo, aumentando o acesso a tesouros culturais e documentos históricos significativos para permitir a descoberta, conhecimento e uso.
As instituições parceiras da WDL selecionaram o conteúdo de acordo com as diretrizes definidas pelo Comitê de Seleção de Conteúdo da WDL. Eles escolheram o conteúdo por sua importância cultural e histórica, levando em consideração o reconhecimento das conquistas de todos os países e culturas em uma ampla gama de períodos de tempo. Os materiais coletados pela WDL incluem tesouros culturais e documentos históricos significativos, incluindo livros, manuscritos, mapas, jornais, diários, impressões, fotografias, gravações de som e filmes.
Esta coleção contém materiais de patrimônio cultural reunidos durante o projeto World Digital Library (WDL), incluindo milhares de itens fornecidos por organizações parceiras em todo o mundo, bem como conteúdo das coleções da Biblioteca do Congresso. O site original da Biblioteca Digital Mundial (preservado nos arquivos da Web da LC aqui ) e todos os metadados descritivos foram traduzidos do inglês e disponibilizados em seis idiomas adicionais: espanhol , português , francês , árabe , russo e chinês. Todos os registros de itens incluem descrições narrativas enviadas pelos parceiros contribuintes e aprimoradas por pesquisadores da WDL para contextualizar o item e sua importância cultural e histórica. Livros, manuscritos, mapas e outros materiais primários da coleção WDL são apresentados em seus idiomas originais; mais de 100 idiomas estão representados, incluindo muitos idiomas menos conhecidos e ameaçados de extinção. Além disso, todos os metadados da Biblioteca Digital Mundial em cada um dos sete idiomas estão disponíveis como um conjunto de dados para download .
Ao inaugurarmos a Biblioteca Digital da Fundação Biblioteca Nacional, temos em mente que este dispositivo indispensável à nossa contemporaneidade informacional comporta mais cuidados do que aqueles normalmente privilegiados pelas políticas tecnocientíficas da memória. A digitalização do impresso implica, de fato, para além da sua dimensão puramente técnica, o tornar visível de toda uma crise das estruturas culturais tradicionalmente centradas no livro e na leitura individualizada
É que a digitalização parece impor-se no mesmo momento em que se multiplicam outros caminhos técnicos de aquisição de cultura, outros suportes (do cinema ao DVD), geradores de modos de uso bastante diferentes daqueles requeridos pela prática tradicional da leitura do livro. O risco é incorrer por inteiro no paradigma tecno-mercantilista, cujas estratégias estão mais centradas em preencher a base digital com objetos culturais, que são no fundo indiferentes à grande comunidade dos cidadãos. Ou seja, as formas técnicas de apresentação do digital acabam tornando-se mais interessantes do que isto a que estamos habituados a chamar de “cultura” ou de “patrimônio histórico”.
São evidentes as consequências disso tudo. Em primeiro lugar, consolida-se a idéia de “sociedade de informação” como uma redução ao conceito de infraestrutura digital. Esta é socialmente valorizada enquanto inovação tecnológica, portanto, enquanto incremento exponencial da velocidade do acesso, mas, isolada em sua dimensão técnica, pode consolidar o abismo elitista entre a apropriação comunitária dos conteúdos culturais e a enorme oferta propiciada pelo mercado do digital.
Em segundo lugar, o ponto da preservação digitalizada da memória cultural termina ficando dentro do campo estreito dos interesses e dos debates mercadológicos: como resolver os impasses da concorrência empresarial, qual o melhor padrão a ser adotado. Em última análise, o mercado pode transferir para a inovação do digital os velhos dogmas do funcionalismo, que as ciências sociais tomaram de empréstimo às ciências naturais. E tende a deixar esquecida a diversidade das línguas naturais em favor de um algoritmo único, responsável por todos os mecanismos de busca. Este tipo de preocupação está presente em nossa arrancada rumo à digitalização do acervo. A democratização do acesso à memória cultural não deve furtar-se à pesquisa de uma orientação nacional para os mecanismos de busca.
A Biblioteca Nacional Digital faz parte da Fundação Biblioteca Nacional.
A BNDigital disponibiliza apenas documentos em domínio público ou com autorização de publicação do titular do direito autoral, exceto músicas gravadas em discos de 78 rotações que só podem ser acessadas na íntegra no prédio sede da FBN.
MISSÃO
A BNDigital materializa duas das tradicionais missões das bibliotecas nacionais: preservar a memória cultural e proporcionar o amplo acesso às informações contidas em seu acervo.
Ao ser criada, a BNDigital tinha propósitos bem definidos que ainda se mantêm como objetivos de sua existência, são eles:
- Ser fonte de excelência para a informação e a pesquisa;
- Ser veículo disseminador da memória cultural brasileira;
- Proporcionar conteúdo atualizado e de interesse dos usuários;
- Alcançar públicos cada vez maiores, neutralizando as barreiras físicas;
- Atender interesses das diversas audiências (pesquisadores profissionais, estudantes, público “leigo”);
- Preservar a informação através de sua disseminação;
- Preservar os documentos originais evitando o manuseio desnecessário;
- Ajudar instituições parceiras na preservação e acesso à memória documental brasileira;
- Reunir e completar virtualmente coleções e fundos dispersos fisicamente em diversas instituições;
- Aumentar os conteúdos em língua portuguesa disponíveis na web; e
- Replicar para instituições interessadas através de cursos, estágios e treinamentos as tecnologias, normas e padrões adotados na gestão de conteúdos digitais.
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD)
Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), idealizada e mantida pelo IBICT. Seu lançamento oficial aconteceu em 2002 com a participação de apenas três universidades: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Universidade de São Paulo (USP); e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO).
Atualmente, com mais de 10 instituições participantes, a BDTD fomenta a visibilidade de teses e dissertações nacionais, gratuitamente, por meio da interoperabilidade entre sistemas, tendo em vista a atividade de centralizar, em um só portal, os trabalhos de diferentes instituições.
No caso, a BDTD é chamada de provedora de serviço, pois faz a colheita de metadados, enquanto as instituições contribuintes são as provedoras de dados, fornecendo os metadados para a coleta. Deve-se mencionar que a colheita de metadados, conhecida como harvesting, faz uso dos chamados provedores de serviços, os quais importam os metadados dos provedores de dados e, assim, tornam o recurso coletado propício a novas alocações, a novos serviços (OLIVEIRA; CARVALHO, 2009).
A Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) desde a sua criação faz uso de soluções livres em toda a sua estrutura de funcionamento. A BDTD utiliza o software livre VuFind para agregar e disponibilizar as teses e dissertações coletadas dos sistemas de informação gerenciados pelas instituições. Recentemente a BDTD passou a adotar o coletador desenvolvido e utilizado pela Rede de Repositorios de Acceso Abierto a la Ciencia (LA Referencia).
A BDTD utiliza o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações (TEDE) que é um software desenvolvido pelo IBICT e distribuído gratuitamente para as instituições que desejam utilizar a solução para o gerenciamento de suas teses e dissertações.
A primeira versão do sistema foi lançada em 2002 quando do surgimento da BDTD. A mais recente atualização do TEDE foi lançada em 2014 e passou a ser chamada, desde então, de TEDE 2. A nova versão é uma customização do software livre DSpace, a mesma solução utilizada para a criação de Repositórios Institucionais de Publicações Científicas em Acesso Aberto.
Referências: MACHADO, Victor de Oliveira. Biblioteca Digital Jurídica do Superior Tribunal de Justiça: um estudo a partir do software livre DSpace. 2021. 74 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
"ABiblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin(BBM)disponibiliza de forma ampla e gratuita um dos mais importantes acervos de documentos sobre o Brasil. São particularmente significativas as coleções delivrosde literatura brasileira, história do Brasil e relatos de viajantes, que contam com publicações que vão do século XVI ao início do século XX. Completam o acervo digitalmapas,iconografias,obras de referência,folhetoseperiódicos. Atualmente, mais de 3.500 títulos estão disponíveis emacesso abertonaBBM Digital. O usuário pode consultar o material no próprio site ou fazer o download das obras.
A BBM Digital está baseada em um conjunto de princípios, em sintonia com o Memorando de intenções promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil –CGI.br. São eles:
1 - A biblioteca digital como estratégia para uma política nacional de produção on-line de conteúdos, contribuindo para a presença da língua portuguesa e da cultura nacional.
2 - A biblioteca digital para a disponibilização e difusão de coleções originais, com o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's) como forma estratégica de conciliar as necessidades de preservação do acervo físico e o imperativo de universalizar o seu acesso.
3 - Orientação para o contexto e necessidades do usuário: a formação do acervo digital é orientada por uma política de desenvolvimento de coleções de Acesso Aberto; o usuário tem centralidade na construção deste acervo digital.
4 - A biblioteca digital como um instrumento para a educação nacional: compromisso com a produção de recursos educacionais e com a formação de quadros em todos os níveis, desde o ensino fundamental até a pesquisa científica.
5 - A biblioteca digital pública: difusão do acervo, acesso aberto universal (preservados os direitos do autor) e democratização da cultura e do conhecimento técnico-científico. Adesão à Declaração de Berlim sobre o Acesso Livre ao Conhecimento nas Ciências e Humanidades (Berlin Declaration on Open Access to Knowledge in the Sciences and Humanities), de 2003, que define: “Acesso Aberto significa a livre disponibilização na Internet de literatura de caráter científico, permitindo a qualquer utilizador pesquisar, consultar, descarregar, imprimir, copiar e distribuir, o texto integral de artigos e outras fontes de informação científica”.
Site da Biblioteca:https://www.bbm.usp.br/pt-br/projetos-digitais-da-bbm/bbm-digital/
O ENSINO DA BIBLIOTECA DIGITAL NOS CURRÍCULOS DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
"A tecnologia tem evoluído a cada hora e a informação tem se multiplicado de forma
incontrolável e por meio destes dois crescimentos as bibliotecas digitais têm se expandido
muito nos últimos anos, sendo um importante gestor de informação e facilitador da busca pela
informação por parte dos usuários. Atualmente, podemos visualizar a tão sonhada biblioteca
universal por meio da biblioteca digital, apesar do acesso não ser a todos, por estar disponível
apenas àqueles que têm acesso à internet."
"A questão da biblioteca digital é um tema que tem que ser incorporado no currículo da
área da ciência da informação, por meio da criação de disciplinas ligadas à geração,
organização, interação e comunicação no ensino, mediado pelas novas tecnologias
(SARACEVIC; DALBELLO, 2001 apud MÁRDERO; CUNHA, 2004).
Para Drabenstott, Burman e Macedo, (1997, p. 12) o currículo deve conter matéria que
aborde os seguintes pontos:
"criação de bases de dados; vídeos; ciências cognitivas para melhor entender
como as pessoas aprendem; tornar estudantes melhores administradores e
com visão de futuro, embora essa preocupação deva cair com o tempo; subespacialidades na biblioteconomia, no ensino médio, medicina;
arquitetura de catálogos etc."
"Márdero e Cunha já em 2004 (p. 2) apresentaram que “apesar do assunto, bibliotecas
digitais, ser considerado importante, são poucas as instituições de ensino superior que
oferecem disciplinas específicas sobre o tema”. Drabenstott, Burman, Macedo (1997) e
Martínez, (2007) escrevem que as disciplinas precisas ser ministradas por bibliotecários e
analistas de sistemas, com a integração dos departamentos de engenharia ou ciência da
computação para que os alunos possam ver na prática a formação de uma biblioteca digital."
"É indispensável às mudanças no currículo para que assim o curso possa formar
bibliotecários não apenas para trabalhar exercendo funções típicas de uma biblioteca
tradicional, mas que seja apto a realizar diferentes atividades em ambientes diversificados. E
para isso é necessário a abrangência de assuntos, como, geração, organização e uso da
informação no currículo (DRABENSTOTT; BURMAN; MACEDO, 1997, p. 12)."
"Segundo a literatura, o primeiro curso oferecido sobre biblioteca digital foi em 1998
na Escola de Comunicação, Informação e Biblioteconomia, da Universidade de Rutgers
(SARACEVIC; DALBELLO, 2001)."
Referencias:
CASTRO, Bárbara Olinda de. O ensino da biblioteca digital nos currículos de graduação em Biblioteconomia. 2011.
O DSpace é um software livre, ou seja, de código-fonte aberto (open source), baseado nas quatro liberdades (uso, cópia, modificação e redistribuição) e comumente adotado para criar bibliotecas e repositórios digitais. Conforme Aguiar (2018 apud MACHADO, 2021, p. 38), o DSpace foi desenvolvido em 2002 pelas bibliotecas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em parceria com os laboratórios da Hewlett-Packard (HP), contabilizando um número superior a três mil instalações em todo o mundo. Desde o surgimento do software até o período hodierno, várias atualizações aconteceram, intencionadas tanto em corrigir problemas quanto em implementar melhorias.
Possui versatilidade para a ambientação de bibliotecas digitais, pois suas funcionalidades abarcam: submissão e descrição de ODs, nos mais variados formatos, como fotos, livros digitais e arquivos de vídeo; links persistentes, para auxiliar na preservação do material digital; estrutura organizacional hierarquizada, para tornar a usabilidade mais didática ao usuário; possibilidade de customização, para atender necessidades específicas das instituições que o adotam; entre outras.
Como uma prática comum, os softwares livres possuem sites próprios, para que os desenvolvedores se comuniquem entre si e fiquem a par de implementações, correções e linhas de código. No caso, o DSpace não é diferente, sendo possível entrar em grupos de discussão mundiais, refinados por países, além de filtrar os grupos por assuntos específicos. Destaca-se o Grupo Brasileiro de Usuários DSpace, promovido por Mennielli e Rodrigues (2019), favorecendo espaços de discussões sobre instalação e execução, de suporte técnico, de desenvolvedores e da plataforma no Brasil.
No que diz respeito às características de implementação do software, elas podem ser divididas, conforme Sayão e Marcondes (2009 apud MACHADO, 2021, p. 41), em três grandes grupos: características técnicas, que se referem a compatibilidade de programas e formatos para a ambientação do DSpace; padrões, que são os arquétipos para execução de determinadas atividades, como a descrição de ODs; e características específicas, que são aquelas que tornam o DSpace específico para a implementação de RDs.
Em relação à arquitetura do DSpace, ela pode ser dividida em três camadas, sendo: aplicação; negócios; e armazenamento. A camada de aplicação é aquela em que são desenvolvidas atividades referentes à interação entre web e usuários: protocolo OAI-PMH, que “conversa” com outros sistemas, tornando os recursos mais centralizados para o usuário; statistics tools, que são estatísticas que dizem respeito à quantidade de acessos a determinado OD, por exemplo; e WEB UI, que são padrões de design da página web; entre outras. A camada de negócios, por sua vez, é onde ocorrem as funcionalidades do DSpace no que se refere a gestão de conteúdos, submissões e atribuições. A camada de armazenamento é responsável pelo armazenamento dos ODs e de seus metadados, camada que conta com o auxílio do Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Relacional estendido e livre (SGBDRe) PostgreSQL, (FABRI et al., 2012 apud MACHADO, 2021, p. 45).
Quanto ao padrão de metadados utilizado, o DSpace adota o DC. O DC é um padrão de metadados simples (de fácil entendimento), fomenta a interoperabilidade, a partir de um padrão de descrição de ODs em diferentes ambientes, possui reconhecimento internacional e é extensível, ou seja, é possível modificá-lo para criar outro padrão. Ao mencionar a interoperabilidade, ela ocorre no DSpace por meio do protocolo OAI-PMH, possibilitando que adeptos da OAI compartilhem seus metadados, deixando-os expostos para a coleta de dados.
DSpace - Versão Brasileira
Ao participar do lançamento do software DSpace, em 2002, o IBICT teve conhecimento de seu uso em alguns países e pela Universidade do Minho, em Portugal, que teria implantado o seu repositório institucional, o RepositoriUM. Como já vinha liderando as ações do acesso livre no Brasil, o IBICT decidiu por customizar o software e distribuí-lo em nível nacional. Assim, a criação da versão brasileira do DSpace, em 2004, representou mais um marco do pioneirismo do IBICT no desenvolvimento e customização de ferramentas para tratamento e disseminação de informações técnico-científicas na Web.
Fonte: Governo Federal (logomarca)
O Brasil tem sido um grande usuário dessa ferramenta. Desde 2005, a equipe técnica do IBICT apoia o DSpace de forma gratuita, para toda a comunidade acadêmica e científica do Brasil, dando suporte a usuários interessados em compartilhar documentação digital por meio da criação de repositórios institucionais acadêmicos.
O software também tem sido largamente utilizado pela esfera governamental, não como fonte primária, mas como instrumento de disseminação de documentos publicados previamente, iniciativa constatada pelos estudos de Brito, Macedo e Shintaku (2015).
Os Repositórios Digitais (RD) ou os Repositórios Institucionais (RI) atuam como sistemas digitais para preservação e disseminação de documentação de instituições – públicas ou privadas – ofertando acesso gratuito ao texto completo.
Referências: MACHADO, Victor de Oliveira. Biblioteca Digital Jurídica do Superior Tribunal de Justiça: um estudo a partir do software livre DSpace. 2021. 74 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.