sábado, 8 de abril de 2023

Biblioteca Digital - Ferramentas

DSpace - Ferramenta para Bibliotecas e Repositórios Digitais

Fonte: https://cotec.ibict.br/dspace/

O DSpace é um software livre, ou seja, de código-fonte aberto (open source), baseado nas quatro liberdades (uso, cópia, modificação e redistribuição) e comumente adotado para criar bibliotecas e repositórios digitais. Conforme Aguiar (2018 apud MACHADO, 2021, p. 38), o DSpace foi desenvolvido em 2002 pelas bibliotecas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em parceria com os laboratórios da Hewlett-Packard (HP), contabilizando um número superior a três mil instalações em todo o mundo. Desde o surgimento do software até o período hodierno, várias atualizações aconteceram, intencionadas tanto em corrigir problemas quanto em implementar melhorias. 

Possui versatilidade para a ambientação de bibliotecas digitais, pois suas funcionalidades abarcam: submissão e descrição de ODs, nos mais variados formatos, como fotos, livros digitais e arquivos de vídeo; links persistentes, para auxiliar na preservação do material digital; estrutura organizacional hierarquizada, para tornar a usabilidade mais didática ao usuário; possibilidade de customização, para atender necessidades específicas das instituições que o adotam; entre outras.

Como uma prática comum, os softwares livres possuem sites próprios, para  que os desenvolvedores se comuniquem entre si e fiquem a par de implementações,  correções e linhas de código. No caso, o DSpace não é diferente, sendo possível  entrar em grupos de discussão mundiais, refinados por países, além de filtrar os  grupos por assuntos específicos. Destaca-se o Grupo Brasileiro de Usuários DSpace,  promovido por Mennielli e Rodrigues (2019), favorecendo espaços de discussões  sobre instalação e execução, de suporte técnico, de desenvolvedores e da  plataforma no Brasil. 

Fonte: https://wiki.lyrasis.org/pages/viewpage.action?pageId=104565826

No que diz respeito às características de implementação do software, elas  podem ser divididas, conforme Sayão e Marcondes (2009 apud MACHADO, 2021, p. 41), em três grandes grupos: características técnicas, que se referem a compatibilidade de programas e formatos para a ambientação do DSpace; padrões, que são os arquétipos para execução de  determinadas atividades, como a descrição de ODs; e características específicas, que  são aquelas que tornam o DSpace específico para a implementação de RDs.
 
Em relação à arquitetura do DSpace, ela pode ser dividida em três camadas, sendo: aplicação; negócios; e armazenamento. A camada de aplicação é aquela em que são desenvolvidas atividades referentes à interação entre web e usuários: protocolo OAI-PMH, que “conversa” com outros sistemas, tornando os recursos mais centralizados para o usuário; statistics tools, que são estatísticas que dizem respeito à quantidade de acessos a determinado OD, por exemplo; e WEB UI, que são padrões de design da página web; entre outras. A camada de negócios, por sua vez, é onde ocorrem as funcionalidades do DSpace no que se refere a gestão de conteúdos, submissões e atribuições. A camada de armazenamento é responsável pelo armazenamento dos ODs e de seus metadados, camada que conta com o auxílio do Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Relacional estendido e livre (SGBDRe) PostgreSQL, (FABRI et al., 2012 apud MACHADO, 2021, p. 45).

Quanto ao padrão de metadados utilizado, o DSpace adota o DC. O DC é um padrão de metadados simples (de fácil entendimento), fomenta a interoperabilidade, a partir de um padrão de descrição de ODs em diferentes ambientes, possui reconhecimento internacional e é extensível, ou seja, é possível modificá-lo para criar outro padrão. Ao mencionar a interoperabilidade, ela ocorre no DSpace por meio do protocolo OAI-PMH, possibilitando que adeptos da OAI compartilhem seus metadados, deixando-os expostos para a coleta de dados.

DSpace - Versão Brasileira

Ao participar do lançamento do software DSpace, em 2002, o IBICT teve conhecimento de seu uso em alguns países e pela Universidade do Minho, em Portugal, que teria implantado o seu repositório institucional, o RepositoriUM. Como já vinha liderando as ações do acesso livre no Brasil, o IBICT decidiu por customizar o software e distribuí-lo em nível nacional. Assim, a criação da versão brasileira do DSpace, em 2004, representou mais um marco do pioneirismo do IBICT no desenvolvimento e customização de ferramentas para tratamento e disseminação de informações técnico-científicas na Web.

Fonte: Governo Federal (logomarca)

O Brasil tem sido um grande usuário dessa ferramenta. Desde 2005, a equipe técnica do IBICT apoia o DSpace de forma gratuita, para toda a comunidade acadêmica e científica do Brasil, dando suporte a usuários interessados em compartilhar documentação digital por meio da criação de repositórios institucionais acadêmicos.

O software também tem sido largamente utilizado pela esfera governamental, não como fonte primária, mas como instrumento de disseminação de documentos publicados previamente, iniciativa constatada pelos estudos de Brito, Macedo e Shintaku (2015).

Os Repositórios Digitais (RD) ou os Repositórios Institucionais (RI) atuam como sistemas digitais para preservação e disseminação de documentação de instituições – públicas ou privadas – ofertando acesso gratuito ao texto completo.


Confira a seguir: 





Webnário - Utilizando o DSpace



Referências: MACHADO, Victor de Oliveira. Biblioteca Digital Jurídica do Superior Tribunal de Justiça: um estudo a partir do software livre DSpace. 2021. 74 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Disponível em: https://bdm.unb.br/handle/10483/31531. Acesso em: 08 Abr. 2023.

Laboratório da COTEC - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)
Disponível em: https://cotec.ibict.br/dspace/  Acesso em: 08 Abr. 2023. 


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